ENTREVISTA

NOME: Augusto Pawlak. FUNÇÃO: Lavador. IDADE: 43 anos.

REALIZADA POR: Eneida Maria Leone de Souza Jabur.
DATA: 01/06/2017.

 

1) Há quanto tempo você trabalha na Viação Rocio?

Augusto Pawlak: 7 anos e 2 meses (desde 2010).

2) Você já havia trabalhado na função em outro lugar?

A.P.: Morava em Ponta Grossa – PR e trabalhava em uma loja de automóveis. Na loja fazia de tudo… também lavava carros. Vim para Paranaguá – PR a convite da irmã, que morava aqui. Arrumei trabalho numa loja de carros e, à noite, trabalhava no Lava Car do cunhado.

3) Você se considera um bom profissional? Por quê?

A.P.: “Eu me considero. Gosto sempre de levar tudo certinho, horário, serviço bem feito. Não faltei nenhum dia, não me atraso”.

4) O que você acha que faz a diferença na sua atuação profissional?

A.P.: Fazer bem feito. “Minha função é passar na máquina. Mas, quando ao passar na máquina fica alguma sujeira, passo escova ou pano, para ficar bem limpinho”.

5) O que você mais gosta no seu trabalho?

A.P.: Gosto do trabalho de lavador. “Quando entrei, não sabia como funcionava a lavação. Queria ser motorista. Mas, hoje estou satisfeito com as funções que realizo. Tenho intenção de, um dia, ser abastecedor”.

6) O que você costuma fazer nas horas livres?

A.P.: “Sou muito caseiro. Mas quando é verão, gosto de praia. Também gosto de passear com a família e viajar”.

7) Qual seu conselho para quem quer se destacar na sua área de atuação?

A.P.: Ser pontual, procurar fazer bem feito e se relacionar bem com a equipe (isso é essencial para qualquer profissão). Por exemplo, busco ser reservado, mas quando faço uma brincadeira com os colegas é uma brincadeira saudável, para não deixar ninguém ofendido. Busco ser correto em todos os sentidos.

8) Cite um fato marcante no seu trabalho.

A.P.: Quando entrei na empresa, como higienizador, ficava observando os lavadores manobrarem os ônibus (que, na época, eram articulados) e acreditava que não conseguiria fazer o mesmo. Dois lavadores deram dicas para facilitar as manobras, e acabei aprendendo. Foi uma grande conquista.

9) Um pouco de sua história de vida:

A.P.: Tenho um irmão e uma irmã, sendo eu o mais velho dos três. Tive uma infância complicada, pois queria estudar, mas não possuía oportunidade. Morava em um sítio em Prudentópolis – PR e o acesso à escola era difícil. Com tudo, consegui fazer até a terceira série na escola perto de casa. Meu sonho era ser policial. “Quando se é pequeno, qualquer coisa está bom”, mas, conforme foi crescendo, senti vontade de ir morar na cidade. Foi quando, com 21 anos, mudei-me para Ponta Grossa. Lá, fiz supletivo e consegui estudar até a oitava série.
Nesse tempo, minha irmã foi morar em Curitiba – PR. Ela casou-se. Seu marido trabalhava com jornais e, no final das contas, ela acabou mudando-se com ele para Paranaguá. Surgiu, então, o convite para que eu viesse morar junto com eles. Aqui, tive a oportunidade de trabalhar em uma loja de automóveis, durante o dia, e no Lava Car do meu cunhado, durante a noite, até este o vender para trabalhar num posto de gasolina. Infelizmente, meu cunhado teve um infarto e veio a falecer. Atualmente, minha irmã e sobrinha moram no mesmo terreno em que eu moro com a mãe.
Faz 10 anos que moro em Paranaguá. Cheguei a trazer currículo na Viação Rocio, mas não possuía habilitação. Um dia, passando pela Rocio, conversei com o Sr. Paulo (Gerente de Tráfego) e fui orientado a tirar habilitação. Assim que conclui, trouxe o currículo novamente. Realizei uma entrevista com o Sr. Márcio (Gerente de Manutenção) e, quando estava aprovado e com a documentação completa, pedi demissão da loja. Quando entrei na Viação Rocio, trabalhava a noite como higienizador. Surgiu uma vaga, de dia, para lavador.

10) Que princípios você considera importantes?

A.P.: Tenho fé em Deus, vou à igreja todo fim de semana. Honestidade é essencial. Já aconteceu, por exemplo, de encontrar um celular no ônibus, na hora de lavar, e ligar para a dona vir até a garagem da Rocio o buscar. E isso não aconteceu uma vez só.

11) O que marcou sua trajetória na Viação Rocio?

A.P.: Ter entrado na empresa, pois não havia tido a mesma oportunidade quando tentei ingressar na empresa de transporte coletivo de Ponta Grossa. “Ter conseguido foi marcante”.

“Eu não me considero melhor que ninguém, mas me considero um bom funcionário”.